Os 5 selos - Capítulo 02: O ínicio

Postado por Ayrton Senna em sexta-feira, 3 de maio de 2013 às 09:01
Ruas de Fortaleza, Ceará. Hoje era para ser um dia normal, pegar minha comida no mercado, andar no meu carro e tal, mas todo plano tem seu imprevisto. Acordo com areia em meu rosto, levanto e começo a caminhar. Agora vagando pela praia sem saber onde estou ou como cheguei até aqui, só lembro-me de um clarão e um disparo. Queria saber como vim parar nesse lugar. E essa dor de cabeça? Que mais parece uma ressaca depois de uma noite na balada. Nunca senti meu corpo dessa maneira leve e ao mesmo tempo, como se tivesse machucado, além dessa dor de cabeça que não passa.
Aproximo-me de um vilarejo, pelo menos é o que aparenta ser. – Oi, alguém aí? – silêncio... Ecoa a voz no lugar vazio. Droga, que coisa mais estranha uma vila sem moradores.
- Arthur... – uma voz alarmente em minha mente ecoa forte. – Arthur... – sinto como se tivesse ficado preso em um lugar onde nada faz sentido, como se o mundo tivesse acabado e eu fosse o único sobrevivente.

- Arthur, volta pra sua família – acordo em uma maca, cheio de fios e agulhas em meu corpo.
- Mãe o que aconteceu? – pergunto de forma histérica.
- Filho você foi baleado na cabeça durante um assalto há 2 meses, você não lembra?
- Não me lembro de assalto nenhum mãe.  – Respondo de forma suave e sucinta. No dia seguinte volto para casa sem maiores sequelas, decorrentes do tiro que tomei, os médicos falaram que foi algo jamais visto como a bala se alojou em meu crânio, como se estivesse batido em uma parede e suavizado o máximo possível o impacto.
Após alguns dias algo havia mudado, sentia dores de cabeças frequentes e formigamentos por todo o meu corpo, eu pensava que estava em estado de definhamento e andava a cada dia mais estressado. Em uma segunda-feira pela tarde, estava tudo normal meu corpo se encontrava mais sereno e não sentia nenhum estímulo diferente, em um momento era como se tudo o que tinha ocorrido não tivesse realmente acontecido. Pouco tempo antes do sol se por, sinto uma sensação em meus olhos, era como se eles quisessem saltar do meu rosto. Tudo parecia está em cor de sangue, minha pulsação começou acelerar e agora meu corpo se encontrava quente, e eu sabia que algo estava mudando rapidamente, corri para o banheiro e liguei o chuveiro em uma tentativa de baixar esse calor no meu corpo, minha pele adquiriu uma tonalidade vermelha, devido aumento dos batimentos cárdicos e a dilatação dos meus vasos sanguíneos, sentia que não podia mais...
- Ah! Que droga... Não aguento mais – Gritei de forma que meu corpo começou a tremer.
Eu sabia que algo estava para acontecer, em um instante minhas pupilas dilataram e sentia uma pontada muito grande em minha cabeça, poucos segundos após tudo o que era de vidro começou a se estilhaçar, como um passe de mágica. Observei meu corpo e era como se vapores estivessem saindo de todos os poros de cada parte dele e tomando direções para todos os lados. Formou-se uma grande nuvem desses vapores, quando vi já estava atingindo a parede do meu banheiro, abrindo um buraco na parede de maneira que não consegui explicar esse fenômeno.
Não conseguia compreender nada do que estava acontecendo, fiquei apavorado sai correndo pela janela e não conseguia pensar em nada, ficava cada vez mais difícil respirar. Entrei correndo em uma rua estreita e cheia de lixo, não conseguia pensar em mais nada, vi um rato perto de um bueiro, no momento em que eu foquei nele, ele explodiu de forma exponencial e vi cada partícula de seu corpo se estraçalhar no ar. Não sabia realmente o que diabos ocorria, sabia que não era normal, isso eu tinha absoluta certeza. Desde o dia que fui assaltado, meu corpo mudava numa velocidade assustadora, parecia que ele passava por uma adolescência em curto espaço de tempo. Subo em uma rua em direção ao subúrbio da cidade, não consigo mais pensar em uma direção ou até mesmo para onde estou indo. Um som estridente invade minha consciência e uma dor que jamais experimentei destroça meu corpo e minha cabeça, como se agulhas estivesse o espetando, já muito abalado devido aos acontecimentos, paro de correr e sinto meus batimentos diminuírem, mas esse som não para, alguém com mão fria toca em minha testa.
– Tenha bons sonhos. – Sussurrou uma voz em meu ouvindo.
Em pouco tempo sinto como se meu corpo estivesse sendo paralisado com uma espécie de corrente elétrica.
– Não consigo, mas... Quem é você? Responda-me, por favor! – Suplico.

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